segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Herança natalina




Sempre gostei de Natal. Família grande e muito religiosa era uma data de grande alegria para todos nós. Meu pai passava todo o mês de dezembro nos preparando para a festa. Dia 24 íamos à Missa do Galo, à meia noite, na capela do colégio onde, nós meninas, estudávamos – o Sacré Coeur de Jesus -, no Morro das Graças, nas Laranjeiras. Impossível esquecer aqueles momentos mágicos. Nós arrumados com nossas roupas novas, pai e mãe orgulhosos da bela prole, o colégio todo iluminado para acolher as famílias que compareciam. A diretora e sua “vice”, nos esperavam no pátio de entrada da capela, no alto de uma escadaria, que só era usado nessa ocasião. Tudo muito solene e alegre ao som da música “Adeste fidelis”, marca registrada da ocasião. As famílias iam chegando e ocupando os bancos da capela e nós, colegas, nos olhando para observar as roupas, sapatos e, sobretudo, os irmãos meninos que só víamos nas grandes festas. Era um grande clima de cumplicidade entre nós, repetidos a cada ano como um ritual. Um breve reencontro, logo depois do início das férias que se prolongavam até março. Depois da cerimônia, beijos, abraços e confraternização entre os presentes que, diga-se de passagem, eram sempre os mesmos.
Em casa fazíamos uma pequena ceia e cama, pois o grande ato era no dia seguinte. Dia 25, quando levantávamos, a pilha de presentes já estava debaixo da árvore (sempre um enorme pinheiro verdadeiro) magnificamente decorado com enfeites colecionados de um ano para o outro e de várias nacionalidades. Aí começava a tortura, José Gurjão acordava e sem dar a menor bola para nossa ansiedade, com o propósito de prolongar ao máximo a deliciosa espera da folia, fazia questão de preparar um café da manhã especial com todos os filhos que iam aumentando, também, até chegar aos sete atuais. No final, quando já estávamos “suplicando”, sempre com a interferência de nossa mãe, começava o segundo ritual do Natal: a distribuição do presentes. A farra durava umas duas horas entre gritos de alegria e agradecimentos pelos pedidos, sempre atendidos. Só se entregava o presente seguinte, quando todos já tinham visto o anterior.
O terceiro ato era a festa, no final da tarde, que recebia todos os parentes, tios, tias e primos para celebrar o aniversário de nossa querida avó Boinha que morava conosco. E então nossa alegria se misturava ao círculo maior dos familiares pela noite afora, numa troca amorosa que nos abastecia por mais um ano de amor e afetos.
Tudo isso marcou minha vida e de todos os meus irmãos. No ano em que perdemos nosso pai, fizemos questão de manter o natal em família. Dali em diante, nossa mãe deu continuidade ao ritual, mesmo com os casamentos que se sucederam. Em meu núcleo familiar repeti a tradição e as festas do dia 24 em minha casa eram repletas da mesma energia que meu pai me transmitiu. Hoje, tenho certeza que um dos melhores presentes que ele nos legou foi este sentimento profundo do sentido do Natal, vivido o ano inteiro, e celebrado nos dias 24 e 25.
Por razões pessoais e familiares, este ano, essas memórias ficaram mais fortes e senti a necessidade de fortalecer o natal da minha família – filho, filhas com seus maridos e netos. Domingo, fiz um almoço na minha casa, chamei um Papai Noel de verdade para distribuir os presentes. Pedi ajuda aos dois netos mais velhos para me ajudarem na realização do plano perfeito e me deliciei com a felicidade dos pequenos! Foram momentos mágicos iguais aos que vivi na minha infância. Como somos todos crianças, resolvi dividir tudo isso com vocês... Feliz Natal!
 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O "Grande Irmão" e as webcam




Quando li “1984” de George Orwell, há  anos atrás, o que mais me fez refletir foi sobre como aquelas câmeras de controle foram parar em todos aqueles lugares para que o “Grande Irmão” pudesse fiscalizar o mundo.
Para quem (ainda) não leu o livro – um clássico publicado em 1949 – é preciso esclarecer que a obra de ficção descrevia uma sociedade totalitária controlada por um só governante, o “Grande Irmão”, que controlava a vida de toda a humanidade, através de câmeras e telas (de televisão?) instaladas em todos os cantos, das repartições governamentais, passando por ruas, avenidas e estradas, até às residências particulares. A obediência às regras institucionais era obrigatória e fugir delas implicava em punições altamente sofisticadas elaboradas a partir de um método psicológico baseado no medo máximo de cada um. Orwell falava de guerras sem fim entre os continentes que se revezavam a partir de interesses comerciais e políticos. As mudanças constantes destas contendam eram anunciadas, incessantemente, para todos os habitantes, através do sofisticado sistema de comunicação.
Sem entrar nos detalhes da capacidade de Orwell de se adiantar ao futuro e prever uma sociedade bem próxima à nossa, há mais de sessenta anos, inclusive a intuição de um mundo globalizado, dividido entre três grandes potências e interligado por uma rede que ele sequer podia imaginar existir, vou me deter ao que me referi no início – a instalação das câmeras.
Minha pergunta começou a ser respondida no dia em que instalei a primeira webcam em meu computador. Parei e pensei: “Êpa, estou facilitando a rede do “Grande Irmão!” Sem paranoias, comecei a usá-la para falar com algumas pessoas, mostrar meus netinhos aos parentes ausentes, como um ser humano normal do século XXI. No entanto, nunca mais parei de pensar que estava vivendo o período de implantação das câmeras que Orwell retratava em "1984".
De vinte anos para cá, todos nós, da sociedade “pós-moderna” estamos implantando a rede do “Grande Irmão”. Em nome da segurança, comunicação, exibição pessoal e controle instalamos câmeras em todos os lugares. Praças pública, prédios de apartamentos, ruas, avenidas, estradas, escolas, universidade, e o que mais pudermos imaginar, estão expostos a equipamentos de gravação à disposição dos cidadãos, das instituições, do governo e da justiça. Pensem em privacidade, agora, e respondam se conseguem imaginar onde ainda a encontramos.   Corram, é lá que nos escodemos, é para lá que devemos ir. Isto se ainda der tempo...
No dia 10 de novembro, o jornal O Globo publicou matéria com o título “Sorria, você está sendo filmado” em que diz que no Rio há uma média de uma câmera a cada nove habitantes. A cidade conta com 700 mil câmeras de segurança. O mercado de segurança cresce 10% ao ano e está em franca ascensão. A reportagem discute a necessidade de um marco regulatório e os limites entre segurança e privacidade. Ao ler o texto com muitos exemplos e situações polêmicas sobre a instalação de câmeras é que me veio o sentimento de consentimento para o poder do “Grande Irmão”. Não sei se as profecias de Orwell se concretizarão em sua amplitude, mas tenho certeza que é tempo dos indivíduos começarem a se questionar sobre o quanto estão colaborando para isso. Confesso que há um limiar de permissividade e de impossibilidade de retorno do desligamento desta perversa rede que me assusta!
 

 

 

 

 


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O arcano da vez: Temperança

Abri as cartas e tirei uma só, pedindo orientação para meus leitores. Veio a Temperança, bela carta. Quem não quer este atributo nos confusos dias atuais? Bom para refletir sobre como anda nossa vida. Ansiedade, estresse, angustia, tristeza, depressão são palavras que não só ouvimos como sentimos. Mas a temperança nos ajuda a afastar estes sentimentos negativos da “modernidade líquida” que não conseguimos segurar, apreender e compreender. Tudo escapa pelos dedos, como diz Zigmunt Baumann. Porém, só a busca da paciência, serenidade, tranquilidade é que nos faz aceitar a sociedade moderna. A aceitação dispensa a compreensão e solicita a fé. Não uma aceitação submissa e dominadora que nos destrói e anula, mas a aceitação compassiva de que nos fala o budismo tibetano.
A carta da temperança remete a esta compaixão que atingimos a partir do trabalho interior, do autoconhecimento. É como se estivessem nos dizendo: “fiquem tranquilos, tudo que acontece agora é fruto de conquistas anteriores”. Sim, a temperança é a carta dos bons resultados. Ela também remete a um tempo de pausa. Debaixo da influência desta energia, nada vai acontecer de uma hora para outra. Há um tempo para plantar, outro para colher. No meio dos dois está a temperança.
Outro importante significado do arcano da temperança é a alquimia. Há uma passagem do evangelho em que Jesus diz “O sal é bom, mas se o sal perder o gosto, como pode ser recuperado? Não presta nem para a terra nem para o estrume. Jogam-no fora.” A temperança é como o sal e sua maravilhosa alquimia na transformação dos alimentos. No entanto, tem que ser bem dosado, requer equilíbrio. Não há meio termo em seu emprego, ou é salgado, ou não é. Na alquimia da temperança, também; ou estamos em equilíbrio, ou não. Portanto o recado é muito preciso, não há “mais ou menos” quando se fala de temperança. Difícil, não é?
No entanto, a temperança é uma carta apaziguadora e cheia de esperanças. Ao contemplá-la percebemos o trabalho do anjo da alquimia, sempre passando o líquido de uma taça para a outra, sem perturbação, apenas com precisão de movimentos e total atenção.  Ele sabe que esta concentração vai anular os tormentos passageiros e trazer paz à alma. E é isso que desejo a vocês agora. Até a próxima!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Arcano da vez - Temperança

Abri as cartas e tirei uma só pedindo orientação para meus leitores. Veio a Temperança. Bela carta, quem não quer este atributo nos confusos dias atuais? Bom para refletir sobre como anda nossa vida. Ansiedade, estresse, angustia, tristeza, depressão são palavras que não só ouvimos como sentimos. Mas a temperança nos ajuda a afastar estes sentimentos negativos da “modernidade líquida” que não conseguimos segurar, apreender e compreender. Tudo escapa pelos dedos, como diz Zigmunt Baumann. Porém, só a busca da paciência, serenidade, tranquilidade é que nos faz aceitar a sociedade moderna. A aceitação dispensa a compreensão e solicita a fé. Não uma aceitação submissa e dominadora que nos destrói e anula, mas a aceitação compassiva de que nos fala o budismo tibetano.
A carta da temperança remete a esta compaixão que atingimos a partir do trabalho interior, do autoconhecimento. É como se estivessem nos dizendo: “fiquem tranquilos, tudo que acontece agora é fruto de conquistas anteriores”. Sim, a temperança é a carta dos bons resultados. Ela também remete a um tempo de pausa. Debaixo da influência desta energia, nada vai acontecer de uma hora para outra. Há um tempo para plantar, outro para colher. No meio dos dois está a temperança.
Outro importante significado do arcano da temperança é a alquimia. Há uma passagem do evangelho em que Jesus diz “O sal é bom, mas se o sal perder o gosto, como pode ser recuperado? Não presta nem para a terra nem para o estrume. Jogam-no fora.” A temperança é como o sal e sua maravilhosa alquimia na transformação dos alimentos. No entanto, tem que ser bem dosado, requer equilíbrio. Não há meio termo em seu emprego, ou é salgado, ou não é. Na alquimia da temperança, também; ou estamos em equilíbrio, ou não. Portanto o recado é muito preciso, não há “mais ou menos” quando se fala de temperança. Difícil, não é?
No entanto, a temperança é uma carta apaziguadora e cheia de esperanças. Ao contemplá-la percebemos o trabalho do anjo da alquimia, sempre passando o líquido de uma taça para a outra, sem perturbação, apenas com precisão de movimentos e total atenção.  Ele sabe que esta concentração vai anular os tormentos passageiros e trazer paz à alma. E é isso que desejo a vocês agora. Até a próxima!

sábado, 28 de setembro de 2013

A era da imprevisibilidade

 

Quem esperar estabilidade nos tempos atuais vai se frustrar cada vez mais. A grande lição de quem vive no terceiro milênio é aprender a conviver com a instabilidade. Nada mais de empregos duradouros, cargos vitalícios, vida enraizada em cidades, países, continentes. Casamentos não são mais para toda a vida. Relações afetivas se sucedem como os namoricos de antigamente. A juventude não namora mais: "fica”. Filhos voam precocemente e aterrissam em terras distantes. Amigos partem para novas experiências e ficamos sem os companheiros de café, cinema, bar e longas conversas. Apartamentos alugados são pedidos para venda imediata. Imóveis próprios localizados em locais bucólicos, sem vizinhos, com vistas maravilhosas são invadidos por novas incorporações de muitos andares e torres de celulares. E por aí vai. 


Aposto que todo mundo tem itens para acrescentar a esta minha lista de mudanças súbitas nas nossas rotinas. Quem não passou pela experiência de ligar para um amigo e descobrir que o celular mudou? Ou falar com alguém que não via há algum tempo e ficar sem graça com a notícia de uma inesperada separação? Procurar por uma pessoa e se surpreender ao saber que ela está morando fora do país? Falar com amigas e verificar que os filhos crescidos migraram? Perguntar por aquela loja de sapatos feitos a mão, que sempre foi a minha preferida, ou o açougueiro que me servia tão bem, e ouvir que fechou, e o funcionário foi embora?  


Zigmunt Bauman, o sociólogo polonês radicado na Inglaterra, diz que saltamos de uma longa era de tempo cíclico e linear para uma nova organização de tempo a qual denomina de "modernidade líquida”. Para ele, "um tempo sem seta, sem direção, dissipado numa infinidade de momentos”. Na opinião do filósofo, neste tempo as oportunidades são imprevisíveis e incontroláveis e exige de nós uma vigilância constante que gera ansiedade e a sensação de ter perdido algo. Parece que estamos constantemente correndo atrás de alguma coisa que não sabemos bem o que é. Na verdade, esta é uma era que não nos deixa espaço para perder tempo, este bem precioso que não aprisionamos mais.


A sensação de instabilidade é tamanha que nos empurra para uma busca de especialidades diversas da medicina que terminam, cada vez mais, nos consultórios dos psicólogos, psiquiatras e psicanalistas. Queremos saber se esta ansiedade é só nossa, uma doença, ou sinal dos tempos. E quem pode responder? Ajudar? Muitos terminam nas tarjas pretas, tão comuns às mesas de cabeceira do século XXI.


Outras correntes, à margem da medicina dizem que é dessa imprevisibilidade que se constitui a "Era de Aquário”. São as energias uranianas — de alta potência — preparando o planeta para novas e aceleradas vibrações que não combinam com raízes, situações fixas, relações cristalizadas. E como ficam os conservadores, arraigados, apegados e imutáveis? Todos nós precisamos de uma nova adaptação, pois tudo acontece tão rápido que não nos dá chance de parar para pensar — não há mesmo mais tempo para isso. As mudanças invadem nossas vidas como tsunamis devastadores.


Diante desta aceleração, seja ela dos tempos da modernidade líquida de Bauman, ou das alterações energéticas do planeta, precisamos encontrar caminhos alternativos. Alguns deles nos são oferecidos pelas medicinas orientais — meditação, acupuntura, entre outras —, somadas às correntes de vida saudável da medicina convencional — exercícios aeróbicos, boa alimentação e bom sono. A nova era é holística, ela não separa, soma. Se cuidarmos de nós mesmos como um todo, quem sabe, abriremos novos canais que nos permitam vivermos novos tempos em uma nova vibração?  
 
(Artigo publicado na coluna "Ponto de vista", do jornal A Voz da Serra, Nova Friburgo, em 21/09/2013)
 
PS - Por falar em mudanças, observem as novidades do site de Anna Ramalho que abriga meu blog. Ela também está na vibe da Nova Era! www.annaramalho.com.br
 
 

domingo, 15 de setembro de 2013

Uma carta cigana


Há dois domingos fui a uma festa cigana. Muita alegria, boa comida, fogueira e previsões. Tudo de que eu gosto. Isto me instigou a escolher uma carta do baralho cigano para postar aqui no blog. As cartas ciganas são diferentes do tarô, mais objetivas, materialistas e concretas. Uso-as quando quero pé no chão, respostas claras e rápidas num panorama energético amplo. Chamo-as de “o baralho fofoqueiro”. Não que não abranjam o plano espiritual também. Mas até quando olham o sutil o fazem de uma forma mais focada e fácil de captar. Tenho pessoas que só querem as cartas ciganas. Outras, mesmo sendo adeptas do tarô, em alguns momentos, pedem a energia cigana para ajudá-las a decifrar algum “enigma”.
Depois desta introdução, vamos lá, a carta que retirei foi a da raposa. Uau! Cuidado! A raposa é ladina e come os animais que os ciganos criam, portanto, não são bem vistas por eles. Quando a carta da raposa aparece, é preciso olhar bem as outras cartas ao redor para investigar possibilidades de fofocas, disse me disse, mal entendidos e saber de onde procedem. No nosso caso, a raposa está sozinha, não fiz um jogo, apenas um sorteio. Temos que analisar a energia da raposa isoladamente. Para isso, primeiramente devemos nos resguardar de abrir muito a boca. Se a energia da fofoca está no ar, é de bom tom evitá-la. E só conheço um caminho; não contar nada que não queira que seja divulgado e não divulgar nada que não seja de nossa conta! Atenção, estamos num momento de encolha. Todo cuidado é pouco para fugir de interpretações equivocadas.
Porém, a raposa é esperta! Ela sabe por onde atacar. Tem excelentes estratégias para atingir seus objetivos. Vamos combinar que esses atributos são ótimos para serem explorados em algumas situações de nossa vida? Sem a associação com o mal, esta agilidade da raposa pode ser bem positiva. Mas lembrem bem, o dito animal age sozinho, sem ficar alardeando onde está a presa. Para ela, o segredo é a alma do bom resultado da caça. Se fizer muito barulho, as galinhas cacarejam alto e os ciganos surgem para protegê-las. Quer alguma coisa? Haja em silêncio, seja reservado.
Outra característica da raposa é a rapidez. Ela é ágil em sua caça, não desperdiça energia, concentra-se no objetivo e parte para a ação. Este uso do tempo certo ajuda-a em seus bons resultados. Vamos ser como elas? Nada de indecisão, esperar demais, pensar, dar um tempo. A hora é agora, abocanhe sua presa! Aproveite as oportunidades do momento para melhorar seus desempenhos. É hora de apresentar projetos, programar viagens, fazer concursos e realizar bons negócios. Mas, lembrem-se, sempre de boca fechada!
É dona raposa, gostei de sua inspiração. Obrigada por ter mostrado sua cara tão claramente. Bom rever conceitos que muitas vezes esquecemos de usar por confundi-los com maldade, esperteza, maledicência e outros substantivos de conotação negativa. É isso aí, positivo e negativo andam de braços dados. Um não é bom e o outro ruim. São apenas polos diferentes que quando em equilíbrio geram a luz.
Sejam raposas e aproveitem os resultados. Depois me contem. Boa semana!
 

domingo, 4 de agosto de 2013

De olhos bem abertos

Ilha de Chiloé, Chile

Semana passada perdi a voz. Recomendação médica: antibiótico e repouso de cinco dias para as cordas vocais. Para mim uma tortura. Mas, felizmente, temos cinco sentidos e resolvi ativar a visão para ficar em dia com vários vídeos que me enviaram nos últimos meses. Tenho fontes valiosas que ampliam meu grau de alcance de assuntos espirituais. Aproveito para agradecê-las. Já falei aqui, em outro post, sobre Ale Barello (http://www.youtube.com/watch?v=-wauC2mDvII&feature=youtu.be) que fala sobre a mudança do polo espiritual da terra, do Himalaia para a América do Sul. Intuí que só poderia ser para a Cordilheira dos Andes, pois as altas energias circulam pelo cume das montanhas mais elevadas do planeta. Sincronicamente, Matias de Stefano, jovem argentino de quem já havia assistido um vídeo interessantíssimo (http://www.youtube.com/watch?v=HS0vT9ncxxs) confirma esta afirmativa em outro filme gravado no Corcovado, em dezembro passado (http://www.youtube.com/watch?v=HS0vT9ncxxs). Ele é bem mais claro do que Ale e diz que a kundalini da terra está sim na Cordilheira dos Andes, no sul do Chile, precisamente na ilha de Chiloé – a ilha mágica. Para quem não sabe, numa explicação simplista de um tema complexo, a kundalini pertence ao sistema de sete chacras hindus (entradas de energia cósmica), que se localizam ao longo de nossa coluna vertebral. A kundalini é o primeiro – na região do sacro –  responsável pela concentração de nossa energia vital. Através da liberação gradativa e equilibrada deste chacra, por meio de canais energéticos que acompanham a medula espinhal, misturada às energias que os outros seis recebem, individualmente, nos equilibramos até chegar ao último chacra – da coroa -, no alto da cabeça, onde nos comunicamos com  os planos espirituais.

Matias de Stefano fala sobre o tema de uma forma coloquial e acessível. Transcrevo trechos do vídeo para fazer algumas considerações, especialmente a respeito da viagem do papa Francisco ao Rio de Janeiro:

A importância dos Andes com sua configuração semelhante à coluna vertebral - a energia da ‘serpente dos chacras’ -, hoje, está aqui, no Peru, Bolívia, Chile, Argentina. E toda a região da América do Sul se ativa e começa a cumprir sua função. Esta ativação vai, também, abrir o terceiro olho –  chacra da intuição - que se localiza no Lago Titicaca. A energia se irradia por todas as regiões da América do Sul e nos mostra uma nova visão de como fazer as coisas e nos dá o reconhecimento de que somos ‘a nova visão.’ A energia kundalini - que já está no Chile e Argentina - vai ativar todos os territórios sul americanos. É preciso estarmos atentos para perceber que papel cumprimos nessa ativação da kundakini. Quando a energia kundalini chega ao Chile, na ilha de Chiloé, começa a subir, novamente, pela coluna vertebral para ativar a ' "Grande Mulher”.  Esta, tem a coluna vertebral no Chile, o espírito no Peru, a consciência na Bolívia e o corpo - de uma mulher grávida-, na Argentina. É lá que a semente fertiliza. O Paraguai tem uma chave escondida [aqui Stefano faz um certo mistério]. Para que toda essa energia se processe é necessária a proteção do Brasil e o fruto do Uruguai. O Brasil é como um condor de asas abertas que protege a "Grande Mulher". É o país que vai gerar o acolhimento e segurança para as pessoas que, um dia, virão em massa, do mundo todo para nosso continente [Mas não é por agora, reforça Stefano.]. Este acolhimento está representado pela imagem fraterna (que o mundo inteiro conhece) do Cristo Redentor, de braços abertos, no alto do Corcovado. Há algum tempo, muitas pessoas no planeta estão trabalhando a espiritualidade interior, agora é a hora de trabalhar a espiritualidade das nações. Elas também têm um corpo e fazemos parte dele, assim como temos nossos chacras, os países também têm os seus. Todos têm que trabalhar em conjunto para que se ative esta energia nova.”

São belas imagens e muito simbólicas. Vendo o vídeo e acompanhando as transmissões da JMJ pela televisão, impossível não fazer algumas injunções. Se a Argentina tem as sementes para fertilizar a “nova visão”, já as está semeando pelo mundo, através do papa Francisco que trouxe em seus discursos na JMJ uma mensagem de transformação para a igreja católica. Leonardo Boff, perseguido pela igreja por sua teologia da libertação, disse em palestra, esta semana, em Friburgo, que não imaginou viver para ver este momento do catolicismo. Sem dúvida, a eleição de um papa da América do Sul, confirmou a presença da kundalini e a transferência do centro da espiritualidade do planeta para o nosso continente.  E o que dizer da função de acolhimento do Brasil? Não foi isso que vimos durante uma semana inteira? Jovens de todo o mundo, apesar das dificuldades, deram emocionados depoimentos a respeito de nosso espírito de simpatia e receptividade. Que coisa linda ver aqueles rapazes e moças cantando pelos aeroportos, rodoviárias e ruas da Cidade Maravilhosa, sentindo-se à vontade, quase em casa. Se um dia vamos receber massas de refugiados, não há dúvida que estamos nos preparando para isso. E não é de se espantar que tenhamos começado com um evento espiritual do vulto da JMJ. Em seguida, teremos a Copa do Mundo e depois as Olimpíadas. É o Rio de Janeiro e o Brasil liberando sua energia de acolhimento e hospitalidade.

Sei que vocês gostam quando falo de cartas do tarô e de planetas e signos, símbolos que nos orientam a juntar as peças deste enorme quebra cabeças que estamos montando, agora, no terceiro milênio. Porém muitas pessoas fazem, também, parte da corrente do bem e trazem algumas daquelas pecinhas mais difíceis do jogo. Assistam aos vídeos indicados, eles contêm muitas outras informações preciosas que vão enriquecer e acelerar o processo de cada um. Depois me contem o que acharam.

 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Meu cartaz

 
 
Há anos atrás, reunida numa sala da ESDI – Escola Superior de Desenho Industrial – com vários estudantes, pilô na mão e cartolina na outra, ameaçava escrever o que mandavam meus sentimentos de revolta e rebeldia, quando fui surpreendida por uma “palavra de ordem”: “Atenção pessoal, eles mandaram escrever estas frases....” Imediatamente reagi: “Eles quem?”
A resposta veio rápida e pronta, típica dos que não sabem pensar por si próprios: “Eles, o comando central, ora!” Naquele momento encerrou-se minha carreira de revolucionária. Larguei o material no chão, levantei e disse: “Só escrevo o que penso, ninguém pensa por mim”. Fui. Depois disso, fiz minha política à parte de comandos e partidos. Sempre fui engajada e simpatizei de cara com o PSDB, aderindo a seus princípios e ideais, mais próximos à minha condição de burguesa com tintas de justiça social. O PT nunca me disse nada, não me enquadrava em seus gritos trabalhistas. Enquanto ele ganhava força, crescia minha carreira de empresária onde exerci justiça junto a meus funcionários e desfrutei dos lucros sem culpa.
Hoje, digo a meus alunos na universidade que na minha época quem fez a mudança foi o PSDB e não o PT. Nos primórdios da distensão da ditadura militar, politicamente correto era seguir os passos de grandes homens, fundadores do PSDB, como Severo Gomes, Franco Montoro, Afonso Arinos de Mello Franco, Ruth e Fernando Cardoso, Mário Covas, José Serra, Heloneida Studart e meu querido e saudoso Arthur da Távola, entre muitos outros que trouxeram o Brasil de volta à democracia. A eles acrescento também nomes importantes que admirei politicamente, naquela época: Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e Teotônio Vilela.
E por aí fui “caminhando e cantando e seguindo a canção”, pois concordava que “esperar não é saber (...) quem sabe faz a hora não espera acontecer”. E em minha vida a política sempre esteve engajada nos meus atos e no meu espírito. Meus alunos que só sabem da ditadura militar pelos livros e pelo que lhes contam os mais velhos, ouvem de mim um relato realista e vivido, de um período em que os estudantes de Comunicação da UFRJ tinham aula ao lado de um quartel da polícia e ouviam de dentro das salas de aula, através dos muros que nos separavam, os gritos dos torturados. Ficam sabendo que não tínhamos máquinas de escrever, nem fotográficas e nenhum laboratório, com o objetivo de esvaziar a nossa prática e alienar nossos pensamentos. E que na cadeira ao lado podia estar um espião (haviam vários). Mas de nada adiantou, as redações dos jornais se abriram para os estagiários e lá aprendemos a fazer jornal e política, mesmo que nas entrelinhas... Que turma maravilhosa de “professores” tivemos. Posso citar dezenas que me ensinaram os caminhos do lead e da conscientização social e política. Alguns ainda estão aí, muitos já se foram. Todos são responsáveis pela reconstrução da democracia em nosso país. A eles rendo minhas homenagens.
Hoje, vivemos o maior período de liberdade política em nosso país, desde o descobrimento. Mas estamos apenas engatinhando neste processo, o que são 25 anos, diante de 500? E isso também lembro aos alunos, reforçando que a democracia é uma criação do intelecto humano. Nossos ancestrais Neandertais não eram democráticos, muito pelo contrário, matavam quem se aproximasse das fêmeas, crias, comida e territórios. E por isso todo dia ao acordarmos precisamos nos perguntar: “O que farei hoje pela manutenção da democracia?”
E, agora, com que felicidade vejo a resposta a este apelo que faço aos alunos, nas manifestações de rua pelo Brasil afora. O grito da democracia ecoou forte, quase que querendo continuar a obra de Montesquieu, acrescentando mais um poder ao legislativo, executivo e judiciário – o popular –, já que os três por ele sugeridos já não estão mais nos representando. E a jovem estudante que foi embora das preparações para a passeata, em 1968, se rejubilou com a individualidade e criatividade dos cartazes, expostos nas manifestações em tantas capitais e cidades de nosso país. Eles, certamente, foram escritos sem que “eles” mandassem. Valeu a pena viver para ver este momento e, finalmente, escrever também no meu cartaz: VIVA A DEMOCRACIA!
 
 
  

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Pare tudo agora!


 
 
Eu aqui toda enrolada, sem saber como dar conta dos meus compromissos (já arrependida de ter aceito a metade deles), paro para consultar o tarô sobre a energia do mês e.... me deparo com a carta do Eremita. Êpa! Hora de pensar. Isto pode ser um aviso: mais devagar, Cristina! Serve para todos nós, o eremita é um arcano calmo, introspectivo, lento. Ele não tem pressa para nada. Sua meta é a iluminação interior, a lanterna que carrega leva luz para seu corpo, através da manga da singela e despojada túnica que veste.
No jogo, indica algo que vai demorar para acontecer, necessita ainda de reflexão, amadurecimento. Na vida nos mostra que correr, acelerar, atropelar os acontecimentos não leva a nada. Precisamos de concentração, recarregar baterias, dar um tempo ao tempo para prosseguir. Quando ouvimos os recados de eremita, por pouco tempo que seja, nos damos o direito de ouvir a voz interior e perceber onde estão os exageros. Podemos aparar arestas, descansar da atribulação das lides diárias. Como fazer isso? Simples. Quem sabe dormir um pouco mais cedo, ou acordar uma horinha mais tarde? Assistir um filme interessante. Ler mais algumas páginas daquele livro empoeirado na mesa de cabeceira. Entrar na internet só para se distrair em vez de pesquisar, pagar contas, trabalhar.
Quando o eremita surge em nossas vidas, mostra que somos sós e, apesar disso, não nos sentimos solitários, pois a centelha divina nos acompanha e nos preenche de amor por nós mesmos e pelo outro. Se olharmos por esse prisma nos livramos da possibilidade de depressão que surge de vez em quando... Viver a energia do eremita é parar para crescer, avaliar o que vale, ou não, a pena. E é o que vou fazer, agora, no mês de abril para conseguir dar conta de todas as minhas tarefas com tranquilidade, amor e alegria. E você?

sábado, 23 de março de 2013

O papa profeta

Estátua do Papa João XXIII, na entrada da igreja de Santo Antonio de Pádua, em Istambul


Há alguns anos chegou às minhas mãos um livro chamado “As profecias de João XXIII”*. Estranhei o título, mas como estava mergulhada nas  pesquisas para meu romance “A Grande Luz”, que trata de previsões, acrescentei-o às leituras e me envolvi no conteúdo, inclusive, incluindo uma das profecias em minha obra.
Desde aquela época, o tema profecias me atrai e passou a fazer parte de meus estudos. Sempre que surge um fato importante, debruço-me sobre os escritos de Nostradamus, Malaquias, Ramatis, Edgar Cayce, entre outros, e fico dias elaborando, interpretando, tentando achar correlações entre a linguagem cifrada destes profetas e o momento atual.  Agora, com a renúncia de Bento XVI, lá fui eu pesquisar e me  deparei com uma das últimas profecias do livro de Pier Capri sobre o “iniciado” Johannes – o arcebispo Angelo Roncalli. O autor explica no livro o envolvimento do futuro papa numa ordem iniciática, em 1935:
1935. A vida não é fácil para Angelo Roncalli, ar­cebispo de Masembria, legado apostólico na Turquia. Ele também, como todos os sacerdotes e religiosos, por motivo de perseguições, deve envergar trajes bur­gueses. É vigiado, tem dificuldades para se movimen­tar, os espiões estão em toda parte. No entanto, as pessoas que lhe eram próximas viram-no sereno como nunca, sereno além da alegria que sempre soubera transmitir aos outros, sobretudo nos momentos de maiores dificuldades. Precisamente nesse tempo, iniciou o seu contacto com um mundo desconhecido. (Carpi, 1979, p.52)

A partir daí, o autor conta como teve acesso a essas informações e à transcrição de algumas profecias de João XXIII. É leitura interessante e fértil para quem se interessa pelo tema. Recomendo. Mas a profecia que publico abaixo me chamou a atenção logo em suas duas primeiras linhas:

É o tempo dos dois imperadores. E a Mãe não tem pai, porque são muitos os que querem ser seu pai. E dois são susten­tados pelos contendores.
Erguem-se os gritos e as barreiras da conten­da, mas já das águas sai a Besta. E a carestia para os exércitos. Os homens calculam morrer. E após a carestia, a peste. Deus desencadeou a guerra da natureza para impedir a guerra dos homens. O primeiro imperador morre de fome,  en­cerrado na torre de seu sonho. O segundo imperador no deserto, acometido pelos animais da pestilência, desconhecidos. A filha de Caim saiu para o Norte, a pregar. Luxúria na nova Babilônia, durante sete anos. No sétimo ano cai o sétimo véu de Salomé, mas não existe imperador, não existe quem saiba erguer a espada e cortar o pescoço de João. O tempo está próximo. (Carpi, 1979, p.164)

Impossível não associar os dois imperadores aos dois papas com os quais a igreja católica, inesperadamente, passou a conviver. A partir daí, os simbolismos começam a surgir e a interpretação passa a ser tarefa de mestres e iluminados. No entanto, podemos arriscar algumas tentativas mais óbvias. O texto se refere ao auto-exílio de Bento XVI: O primeiro imperador morre de fome, en­cerrado na torre de seu sonho. E também prevê um futuro sombrio para o papa Francisco: O segundo imperador [morre] no deserto, acometido pelos animais da pestilência, desconhecidos.
Porém, restam mais dúvidas do que coincidências. Que besta é essa que sai do mar? E quem será a filha de Caim que saiu para o Norte a pregar? Luxúria na nova Babilônia? Carestia, peste? Tudo me parece tão familiar... Mas só intuo, não me atrevo a interpretar. Só sei que vai durar sete anos até cair o véu de Salomé. E, acima de tudo, o que me assusta é  saber que o tempo está próximo.
Quem conseguir enriquecer as interpretações, por favor, se manifeste!

*As profecias do papa João XXIII – A história da humanidade de 1935 a 2033. Editora Difel.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

De volta!



Cordilheira dos Andes, em Santiago, no verão

É, acabaram as férias! Um mês sem postar nada no blog. Deu prá descansar. Uma bela viagem me encheu de energias. Santiago do Chile é lindo e energético, cercado pela Cordilheira dos Andes que se prepara para substituir o Himalaia e abrigar a energia kundalini da Terra pelos próximos 13 mil anos. Quem me disse? Um mestre que me sopra coisinhas no ouvido, confirmado por uma palestra de Ale Barello que vocês podem ouvir no link http://www.youtube.com/watch?v=-wauC2mDvII&feature=youtu.be

São temas esotéricos e profundos que alimentam os que já estão conectados nas novas energias que circulam pelo planeta e, certamente, vão instigar os que ainda não tomaram contato com estas novidades, mas já as percebem internamente. Quem não se surpreendeu com a decisão do papa Bento XVI que provoca uma verdadeira revolução na história contemporânea da Igreja Católica e em todo o mundo espiritual? Estas atitudes de impacto e transformação vão marcar o planeta de agora para frente. É Urano comandando as mudanças da “Era de Aquário” com todo seu poder de imprevisibilidade e revelações. Não é à toa que um meteoro assustou, hoje, a Rússia no mesmo dia em que um asteroide passa bem pertinho de nós. Não são catástrofes, apenas eventos de choque para sacudir as pessoas.

A área espiritual, que se recolhe durante o carnaval para evitar as energias conturbadas das festas do rei Baco, volta às atividades na próxima semana. Todos devemos fazer o mesmo e por isso vou repetir aqui uma receita que dei no ano passado para quem  brincou, bebeu, misturou-se às multidões. Foi bom? Legal! Mas todos esses deliciosos excessos do carnaval deixam cansaço no corpo, marcas no estômago, ressaca e negatividades na aura. Somos compostos de um corpo físico, um emocional e um espiritual. Os três precisam de cuidados. Meu objetivo é ajudar as pessoas a cuidar do corpo espiritual, nossa base energética que se manifesta pela aura. Portanto, dedique alguns momentos para restaurá-la. É fácil. Todas as transgressões (mais simples...) dos dias de folia vão embora com um bom banho de chuveiro e alguns aditivos. Vamos lá:

Compre sal grosso, cravo da índia e canela em pau:

O sal grosso (uma colher de sopa) deve ser adicionado a um litro de água morna, numa caneca. Tome seu banho, normalmente e, no final, jogue a água com sal grosso pelo corpo, do pescoço para baixo. Com as mãos, ajude a mistura a escorrer do corpo, sempre de cima para as extremidades como se estivesse jogando fora o que está pesando na aura. Em seguida, enxague com a água corrente.

Já a canela e o cravo da índia servem para fazer um chá. Ferva um litro de água, adicione um punhado de cravo e uns três pedacinhos da canela em pau (já quebrada) e deixe descansar por dez minutos. Coe e coloque o chá num balde com água fria para temperar a água. Depois do banho de sal grosso despeje o conteúdo do balde, agora molhando a cabeça. Não enxágue. Deixe secar um pouco no corpo, antes de enxugá-lo. Tem um cheirinho delicioso! Agora trate de repousar e recuperar as energias para voltar à rotina! Você já está totalmente limpo. Simples assim!

Bom ano para todos, já que ele só vai começar, mesmo, agora!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Louco - para os que vão viajar

Tirei uma carta para quem vai viajar em janeiro e saiu o Louco. Não podia ser mais oportuno! Aquele que inicia a jornada, que vai percorrer o caminho das 21 cartas do tarô e é o próprio viajante, trás um recado para seus companheiros de trajeto. Porém, é preciso observar todos os significados deste arcano: inícios de ciclos, novos caminhos, desapego, despojamento, oportunidades, deixar para trás o que não serve mais, aprender, aceitar desafios, confiar nos “verdadeiros amigos” (representado pelo cão, sempre ao lado da figura da carta). Portanto, o Louco nos fala das viagens produtivas, aquelas mais simples e corajosas que decidimos empreender. Sem muita bagagem, sem apelos consumistas, com o pé no chão, fé, uma flor na mão e coragem no coração. Ele nos indica o caminho a perfazer sem expectativas e ilusões, dispostos a ver um mundo novo, aonde quer que vamos – de uma passada pela cidade vizinha a um trajeto através de continentes e mares. O importante é manter a mente aberta e apreender o que se impõe a nossos olhos, intelecto e coração durante a caminhada. Viajar assim é se enriquecer, material e espiritualmente e voltar de malas cheias de novas experiências, conhecimentos e amizades (e de alguns bens materiais, também, que ninguém é de ferro para escapar do consumismo do mundo atual!...).

Viagens nos ajudam a reciclar, ver o mundo de uma forma diferente, mudar as rotinas desgastantes do dia a dia. Muitas vezes, testam nossa coragem de investir no lazer uma grana que não sabemos se fará falta mais para frente... Ao mesmo tempo, reafirmam nossa crença em nós mesmos e na capacidade de produzir o necessário para, além de sobreviver, aproveitar a vida por aí! Os resultados positivos serão contabilizados não só nos dias de férias, mas ao longo do ano todo. Cabeça fresca, novas informações, divertimentos e cultura são, atualmente, indicação médica contra o estresse, ansiedade e angústias. É por isso que adorei a carta que o cosmo nos mandou.

E como não sou boba, esta semana embarco nesta energia. É claro que não vou de trouxinha (a mala é até bem grandinha) e em vez de cachorro tenho como companhia minha irmã caçula (com fiel e alegre alma canina, é verdade!). Vou dar o braço ao Louco e partir na minha viagem de férias com uma flor no coração. Na volta eu conto!

domingo, 6 de janeiro de 2013

"Olho gordo"

Começo o ano com um pensar do rabino Sholem Aleichem tirado do livro A cabala da inveja*, de Nilton Bonder. Fala de preservação e cuidados com a expressão de nossa felicidade e de como devemos cuidar de nossas palavras e saber como e a quem dirigi-las. Uma bela reflexão judaica sobre a alma humana. Feliz Ano Novo!

“'Uma pessoa deve sempre levar em conta os sentimentos de seus vizinhos... Portanto, se eu tivesse ido a uma feira, por exemplo, e lá viesse a obter bons resultados, conseguindo vender tudo com um bom lucro, e retornasse com meus bolsos cheios de dinheiro, e meu coração palpitando de alegria, não deixaria de dizer a meus vizinhos que tinha perdido até o último de meus copeques -, que era um homem arruinado. Assim, eu ficaria feliz e meus vizinhos ficariam felizes. Porém, se ao contrário, tivesse perdido tudo na feira e trouxesse comigo um coração angustiado, teria o cuidado de dizer que nunca, desde que Deus criou as feiras, houve uma tão maravilhosa como aquela. Vocês me entendem? Sim, pois assim eu me sentiria muito infeliz e meus vizinhos, também, junto comigo...'

Ao lidarmos com a inveja e com os conflitos afetivos em relação ao outro, os rabinos nos explicam, estamos explorando as fronteiras do ser humano. Da mesma forma que é humanamente mais sofisticado estar contente do que é estar triste, ou que as lágrimas nos são mais acessíveis que a gargalhada, também na questão da solidariedade e do amor é mais fácil sermos empáticos ao sofrimento e fracasso do outro do que participarmos do sucesso e alegria do outro. Nesta fronteira nos flagramos e nos descobrimos."

* BONDER, Nilton. A cabala da inveja. RJ: Imago, 1992.