segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Perdas e recomeços

Carta da morte no baralho cigano

De tempos em tempos, a vida nos convoca a dar uma parada, viver períodos de recolhimento e reflexão em função de vários acontecimentos. A perda é um desses momento. Podem ser perdas de pessoas, afetos, e até mesmo de bens materiais. Deixar partir, desapegar, desprender é muito difícil. Um dos nossos maiores desafios de aprendizado e crescimento. E, nessas horas, são mobilizadas energias poderosas para abrir caminhos, terminar ciclos e iniciar novos tempos. Devemos navegar a favor da maré, largar o corpo e esperar chegar na praia, novamente.
Perdas são ocasião de renovação, renascimento, crescimento. Olhar o que se foi, sem se agarrar ao passado, apenas sorrindo para o bem que vivemos é o que nos impulsiona para a continuidade da vida. Empurrar o tempo, pensar no futuro, enxergar o novo e se regozijar com ele, nos ajuda a vencer as tristezas e lamentos do que se foi.

Não estou falando só da morte, mas de fins de relacionamentos, mudanças de casa, cidade, país, perdas de status, emprego, dinheiro. Grandes oportunidades de libertação e transformação radical. No tarô, vivenciamos isso na carta da Morte; na astrologia com o planeta Plutão. Grandes Mestres que nos trazem lições de recomeços e limpeza.

No entanto, para viver tudo isso e crescer, precisamos parar de olhar para trás com olhos de tristeza e renovar nossas esperanças. Deixar entrar a energia da renovação que todas estas vivências nos estão mostrando, justamente pela ausência, pelo não existir mais. Há um recado precioso nas perdas. É preciso saber ouvi-lo.