domingo, 23 de setembro de 2012

Saudades de Artur da Távola

Ando pensando muito nele, ultimamente. Talvez por ser época de eleições. Era ele que sempre orientava os meus votos. Quem o conheceu de perto sabe que é impossível esquecê-lo. Para mim, além do que vai no coração, ficaram também algumas crônicas publicadas na imprensa e que ele mandava via e-mail para os amigos (tive o privilégio de estar nesta lista). Hoje publico uma delas, em forma de poesia com a qual me identifico e que, tenho certeza, retrata muito bem o espírito de meus leitores do “Universo paralelo”...

A Alma dos Diferentes
(Artur da távola)

Ah, o diferente, esse ser especial!
Diferente não é quem pretenda ser.
Esse é um imitador do que
ainda não foi imitado,
nunca um ser diferente.

Diferente é quem foi dotado
de alguns mais e de alguns menos em hora,
momento e lugar errados para os outros.
Que riem de inveja de não serem assim.
E de medo de não agüentar,
caso um dia venham a ser.
O diferente é um ser sempre
mais próximo da perfeição.

O diferente nunca é um chato.
Mas é sempre confundido
por pessoas menos sensíveis e avisadas.
Supondo encontrar um chato
onde está um diferente,
talentos são rechaçados;
vitórias, adiadas;
esperanças, mortas.

Um diferente medroso, este sim,
acaba transformando-se num chato.
Chato é um diferente que não vingou.
Os diferentes muito inteligentes
percebem porque os outros
não os entendem.

Os diferentes raivosos
acabam tendo razão sozinhos,
contra o mundo inteiro.

Diferente que se preza entende
o porquê de quem o agride.
Se o diferente se mediocrizar,
mergulhará no complexo de inferioridade.

O diferente paga sempre o preço de estar
- mesmo sem querer -
alterando algo, ameaçando rebanhos,
carneiros e pastores.
O diferente suporta e digere
a ira do irremediavelmente igual,
a inveja do comum, o ódio do mediano.

O verdadeiro diferente
sabe que nunca tem razão,
mas que está sempre certo.

O diferente começa a sofrer cedo,
já no primário, onde os demais, de mãos dadas,
e até mesmo alguns adultos,
por omissão, se unem para transformar
o que é peculiaridade e potencial
em aleijão e caricatura.
O que é percepção aguçada em:
"Puxa, fulano, como você é complicado".
O que é o embrião de um estilo próprio em:
"Você não está vendo como todo
mundo faz?"

O diferente carrega desde cedo apelidos
e marcações os quais acaba incorporando.
Só os diferentes mais fortes do que o mundo
se transformaram  (e se transformam)
nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.
O que sente antes mesmo dos demais
começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona
enquanto todos em torno,
agridem e gargalham.
o que engorda mais um pouco;
Ora onde outros xingam;
Estuda onde outros burram.
Quer onde outros cansam.
Espera de onde já não vem.
Sonha entre realistas.
Concretiza entre sonhadores.
Fala de leite em reunião de bêbados.
Cria onde o hábito rotiniza.
Sofre onde os outros ganham.

Diferente é o que fica doendo
onde a alegria impera.
Aceita empregos que ninguém supõe.
Perde horas em coisas que
só ele sabe importantes.
Engorda onde não deve.
Diz sempre na hora de calar.
Cala nas horas erradas.
Não desiste de lutar pela harmonia.
Fala de amor no meio da guerra.
Deixa o adversário fazer o gol,
porque gosta mais de jogar do que de ganhar.

Ele aprendeu a superar riso,
deboche, escárnio,
e consciência dolorosa de
Que a média é má porque é igual.

Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos,
machucados, engordados,
magros demais, inteligentes em excesso,
bons demais para aquele cargo,
excepcionais, narigudos, barrigudos,
joelhudos, de pé grande, de roupas erradas,
cheios de espinhas, de mumunha,
de malícia ou de baba.

Aí estão, doendo e doendo,
mas procurando ser,
conseguindo ser,
sendo muito mais.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além.
Sua estrela tem moradas deslumbrantes
que eles guardam para os pouco capazes
de os sentir e entender.
Nessas moradas estão
tesouros da ternura humana.
De que só os diferentes são capazes.

Não mexa com o amor de um diferente.
A menos que você seja suficientemente forte
para suportá-lo depois 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Eu tive câncer

É verdade, isso aconteceu comigo três vezes. A primeira foi há onze anos. A segunda há oito anos, a terceira há três. A partir dessas experiências aprendi novos conceitos a respeito das doenças e, principalmente, da vida. Não estou contando tudo isso para me expor, ou me exibir, nem vou falar sobre a doença, as cirurgias, ou os tratamentos. Isto pertence ao passado e, hoje, só me importa é que estou curada. Meu objetivo é encorajar as pessoas que já passaram ou estão passando por um tratamento de câncer (números que aumentam a cada dia). Meu foco vai para o que acontece com uma pessoa a ponto de adoecer dessa forma e dizer que acredito que a fé e a espiritualidade aliada aos novos conceitos da medicina emocional/energética nos levam à cura do câncer (e de outras doenças graves). Felizmente a ciência já se dedica a essas pesquisas como nos mostrou o “Globo Repórter” da última sexta-feira.

sábado, 8 de setembro de 2012

Existe vida abaixo da Via Láctea?

Uma leitora me perguntou se acredito em vida fora da Terra. Essa é uma questão constante na mente dos humanos, desde os pequeninos até os mais velhos. Das religiões, passando pelo esoterismo e atingindo a ciência, todos se indagam a respeito desse mistério ainda indecifrável. Será mesmo indecifrável? Numa entrevista, ao vivo, pela TV com os astronautas da estação espacial Mir, o repórter perguntou a mesma coisa: “Vocês acreditam que haja vida fora da Terra?” E as respostas são cada dia menos vagas e incrédulas. “Por que haveríamos de ser os únicos nessa imensidão do Universo?” Especulou o astronauta para, em seguida, dizer que a própria presença deles, naquele treinamento, visava a preparação para uma missão a Marte. Viagem que teria como um de seus objetivos investigar a possibilidade da presença de água no subsolo do planeta, e, quem sabe, também, de alguma forma de vida? Há quem diga, nos meios ufológicos, que uma “restrita” comunidade científica detém o conhecimento (e até provas concretas) de seres extraterrestres. As maiores suspeitas recaem sobre a Área 51, do exército americano, em Nevada. Lá, dizem os entendidos, existem muitos segredos escondidos. E por que o poder supremo do planeta negaria essa informação aos terráqueos? Bem, eliminando todas as fantasias que giram em torno do assunto, temos que admitir que a revelação da presença de seres alienígenas romperia com todos os conceitos que alicerçam a raça humana, até hoje. Num sistema antropocêntrico como o nosso, é impossível suportar a perda da hegemonia e supremacia em todas as áreas do Universo! Isso sem falar nas religiões, sem exceção, que não incluem outros seres no sistema de criação do Divino - não importa como ele seja representado. Seria possível conviver com uma quebra de paradigma tão grande? Resistiríamos ao desmoronamento de mitos inquebrantáveis como os da Bíblia, ou do Mahabarata? Acho que cada um de nós deveria se investigar a respeito. Da resposta surgiria, sem dúvida, uma razão para não nos terem contado nada sobre alguma nave, ou extraterrestre capturado em algum lugar do planeta. Mas minha resposta à leitora é bem objetiva. Acredito sim, que haja vida fora da Terra. E essa vida, não precisa, necessariamente ser igual à nossa. Vamos abandonar o antropocentrismo! Quem disse que outros seres precisam de oxigênio, ou de água para sobreviver. Como afirmar que eles necessitam ter uma matéria corporal como a nossa? Que tal aceitarmos a possibilidade de seres invisíveis, uma forma qualquer de vida apenas inteligente, sem corpo, só mente? Essa certeza me basta. A partir daí, não preciso especular a respeito das aparições de naves, contatos de primeiro, segundo e terceiro grau. Até porque, todas essas ocorrências que a ufologia nos relata, também são antropocêntricas e pouco ricas. Em quase vinte anos de pesquisas na área anticonvencional do conhecimento, sempre em busca de novos conceitos não vi nenhum relato que me convencesse totalmente. Todos dependem da minha fé, ou crença no que os outros estão dizendo. Será possível que em tantas aparições nenhum extraterrestre tenha deixado uma prova concreta de sua existência? Fé, por fé, fico com minha: há vida além da nossa, mas estamos muito longe ainda de tangê-la. A não ser que a Nova Era derrube os tabus e nos revele, finalmente, essa grande verdade. Quem viver verá!