segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Todo tempo é tempo e para todo o tempo tem seu tempo




Sábias palavras ouvidas de uma mestra, também, muito sábia. Por isso retomo meus escritos no blog sem culpa, nem dor na consciência, após ter abandonado alguns meses este espaço que me faz tão bem.  Sei que aqui ocorre uma troca poderosa entre as palavras e a energia de meus leitores que me abastece e preenche. Houve um tempo para o silêncio. Um tempo para a reformulação familiar sem a presença física de uma mãe forte, corajosa e amorosa a seu jeito. Um tempo para o fortalecimento emocional e espiritual. Um tempo para novas acolhidas familiares em Friburgo. Mas, todo tempo é tempo! E o tempo tem seu tempo.
Agora chegou o tempo das grandes mudanças pessoais e coletivas. Gosto de falar nisso, Urano, o revelador do conhecido, está aí emanando suas energias e virando o mundo de cabeça para baixo. E ai de quem não encarar suas lava-jatos, acarajés e tantas outras investigações interiores... Comigo não está sendo diferente. Fiz uma lista dos meus principais defeitos – uma espécie de pecados capitas particulares -, e estou praticando o desapego deles. Difícil! Mas sugiro que façam! Exercício de autoconhecimento muito poderoso.

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Mas como circular por entre esses vai e vem das transformações? Como encarar essa palavrinha “crise” e não achar que ela tem apenas a ver com dinheiro, equilíbrio financeiro, corte de gastos? É a crise que nos leva às soluções. Sem ela não há crescimento. Ela nos faz desacelerar, pensar, reformular. É a figura do mestre Saturno – regente dos Capricornianos. Ele seca para fertilizar, esgota para encher novamente. Leva a pessoa para o fundo do poço para que ela tente uma solução para subir novamente. Saturno é o precursor das mudanças. Sem ele ficamos imobilizados. Não é à toa que os capricornianos são tão trabalhadores. Passam a vida nesse vai e vem. Se pensarmos no tarô, vamos encarar a carta da morte que também encerra ciclos para iniciar novos. Ela movimenta a vida e ultrapassa o passado. Enterra o tempo. Todo tempo tem seu tempo. Vamos nos entregar ao tempo. Viver com leveza, suavidade e aceitação.

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Fui assistir ao filme “O regresso”, agora premiado com três oscars muito merecidos: fotografia, direção e melhor autor. Obra densa, muito sofrimento e dor. No entanto, há na fita uma belíssima integração entre  as forças do homem e da natureza. A personagem de Leonardo di Caprio, mostra o tempo todo a capacidade de superação pela força da mente e conhecimento visceral dos elementos da natureza. Ele domina a terra, água, fogo e ar de dentro para fora e de fora para dentro. E não se importa com o tempo. Quem conhece a Mãe Terra sabe que todo tempo é tempo e para todo o tempo tem seu tempo.

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E continuo perplexa com a capacidade de adaptação dos pequenos às novas mídias. Ah essas crianças cristais que estão chegando! Numa reunião de família oferecida pelas duas tias avós, minhas irmãs que acabam de chegar a Friburgo, os quatro pequenos foram proibidos de levar os tablets. Era preciso socializar, brincar uns com os outros. Notória preocupação dos pais atuais. Depois de correrem pelo corredor, entrarem e saírem dos quartos e armarem uma barulheira insuportável para os adultos, liberamos nossos celulares. Os danadinhos passaram o resto da festinha se comunicando pelo whats app. Tiraram fotos, selfies, e usaram nossos grupos para enviar uns aos outros as mensagens e imagens. Idades, cinco, seis e sete anos. Mas o melhor de tudo foi, no dia seguinte, morrer de rir com com os posts deles, antes de deletar as conversas. Vocês acham que nosso tempo é igual ao deles?