segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Variedades espirituais


Buraco negro e minha estante




Carma
Houve muita mobilização com a foto do menino sírio, Aylan Kurdi, de 3 anos, morto afogado no Mediterrâneo. Seu irmão, de 5 anos, também morreu. O fato foi analisado sob todos os aspectos humanísticos, políticos, sociais, econômicos, afetivos. Eu, pessoalmente, não consigo olhar para a foto, passo batido. Talvez pela vivência com meus netos a imagem mexa no emocional de forma impactante... No entanto, logo que vieram as manifestações internacionais, os questionamentos da mídia sobre a pertinência e a ética da publicação da foto, e os resultados práticos imediatos de “tentativas” de solução para os imigrantes, compreendi que estávamos diante de um “case” cármico.  As pessoas gostam de olhar o carma sob o aspecto da reencarnação e, sem dúvida, os dois temas se interligam. Porém, há situações inexplicáveis, de grande comoção e repercussão que representam o significado cármico de algumas vidas. Este menino foi depositado pelos anjos, ali naquela praia, para cumprir sua função cármica: mobilizar o mundo para um tema assustador com o qual a humanidade se confronta atualmente: as hordas de imigrantes árabes que chegam à Europa fugindo de guerras. Impossível não haver uma resposta mundial diante daquele anjo dormindo nas águas. Inevitável a comoção dos organismos internacionais ao verem o resgate de seu corpinho no colo do soldado... Vida curta. Veio para isso, ser fotografado morto e viralizar na internet. Ele cumpriu sua missão. E o mundo vai fazer a sua parte?
Filmes
Assisti a dois filmes este fim de semana: “Interestelar” e “A culpa é das estrelas”. Ótimos. "Interestelar" nos coloca diante de enigmas da astronomia, física quântica, astrofísica. Assuntos que me fascinam! Ficção científica pura, abordando assuntos da ciência, sem respostas: viagens espaciais, buracos negros, buracos da minhoca, teoria da relatividade, tempo e espaço, vida em outros planetas e galáxias. Bom roteiro, no entanto, é preciso lembrar o tempo todo que é ficção onde tudo é possível. Confesso que gostei muito de pensar que por trás dos meus livros, entes queridos sugados pelo buraco negro da morte podem estar me mandando mensagens. Talvez por isso, ame tanto a minha estante... (Vejam o filme e vão entender do que estou falando).
Relutei muito para ver “A culpa é das estrelas”. Este assunto do câncer sacode minhas entranhas... Apesar de bem resolvida em relação a essa herança genética que me veio com muita força, fico hesitante. É como se dissesse para mim mesma: “Para que mexer nisso? Criei coragem e encarei. Bonito filme, sem melodramas. Dois jovens, aliás três, lidam com a doença de formas diferentes e interessantes. E ali encontrei também uma visão do carma: temos que viver bem cada momento para dar conta do que viemos aprender. Muitas vezes a vida nos surpreende mudando completamente as programações...
Netos
Esta semana meus netos da camada de cima, Luis Otávio (16) e Marco Aurélio (12) vieram almoçar comigo. Fiz uma suculenta polenta, prato que eles adoram! Nossos papos são fantásticos, o mais velho me mostrou um filme do you tube “Você sabe com quem está falando”, do filósofo Mario Sergio Cortella (https://www.youtube.com/watch?v=0YGB5u2u8kA). Maravilhoso ver o neto com quem sempre conversei sobre tudo me dando o troco com a dica deste filme que, com certeza, vou apresentar em sala de aula. O mais novo é fascinado por TI. “Vovó você sabia que pode ter o whats app no note book?”. Em menos de quinze minutos o “dispositivo” já estava instalado. Depois ele me contou que estão desenvolvendo um game em que o jogador usa um capacete, que, conectado ao cérebro, faz a pessoa fazer parte do jogo! “É mas só vai ficar disponível lá para 2020”, explicou, do alto dos seus 12 anos. Covardia! Perguntei a ele se já estavam pesquisando um capacete para gravar nossos sonhos. “Ah isso não, vovó!”. Eles se foram e a avó com fortes influências uranianas ficou aqui sonhando com a geringonça...
Gatos (de pelo)
Uma vizinha tem uma gatinha que se chama Valentina. De vez em quando ela me visita. Adoro! Mas não consegui conquistar sua confiança. Quando percebo que está na cozinha, vou pé ante pé e, invariavelmente, ela foge. Por via das dúvidas, passei a fechar a janela da cozinha toda noite. Acho que se Valentina pular na minha cama, de madrugada, terei um enfarte!

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