sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Vá em paz 2017!


O que dizer do ano que está terminando? 365 dias de grandes aprendizados. Na política, na economia, na vida, na espiritualidade. Difícil! Muitas revelações, rompimentos, mudanças. Grandes tentativas de manutenção do status quo, embora tudo esteja desmoronando aos nossos olhos. Na Bíblia está escrito que é preciso separar o joio do trigo. Acho que já começamos. Os véus caem e todos nos olhamos como somos verdadeiramente. Isto causa separações entre partidários políticos, religiosos, entre amigos e nas famílias – este, o núcleo mais doloroso dos rompimentos.

Ao longo do ano, em meu consultório holístico, através das consultas de mapas e tarôs, pude constatar a enorme desagregação familiar e o espanto das pessoas com novas e inesperadas situações. Urano e Saturno em suas posições astrológicas atuais são os grandes responsáveis por puxar os véus e mostrar as diferenças, mentiras, fingimentos e falsidades que nos cercam. Já sabíamos de tudo isso, mas não queríamos ver. Porém, agora não dá mais tempo para concessões. Enxergamos, ou enxergamos. Não há o caminho do meio. E Xangô – o orixá da justiça – está aí regendo o ano.

A palavra mais importante do ano, diante de todas essas cisões, foi perdão. O que é perdoar? Estamos preparados para isso? Li muito a respeito. Consultei várias fontes espirituais e encontrei duas vivências que mais se aproximam do que penso. A primeira foi em um episódio da segunda temporada do excelente seriado The Crown. A segunda num post do facebook.  
No seriado, diante do impasse de ter de perdoar o tio – Rei Eduardo VIII que renunciara ao poder para casar com Wallis Simpson – a rainha Elizabeth II consulta o reverendo Bill Graham sobre o perdão. Ele responde que o perdão é uma exigência de Deus para os cristãos. Todos que seguem a Bíblia têm que praticá-lo. Ela insiste perguntando se isso não for possível, o que fazer? E o pastor diz: “Se não pudermos perdoar, pedimos perdão a Deus por esta falha. Em seguida devemos rezar por nossos ofensores”. 

No Facebook  conheci a tradição de um povo africano que diante dos erros de cada um de seus indivíduos se reúne em torno da pessoa e mostra suas melhores qualidades. Isso faz com que a pessoa se reconheça como boa e se reconecte com sua essência. A comunidade enxerga os erros como um grito de socorro. O esforço é fazer com que ele se reconecte com sua essência. Quando ele diz “ Eu sou bom”  que corresponde a Sawabona – Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante para mim” – a tribo responde Shikoba – Então eu existo para você.

No primeiro caso, reconhecer a impossibilidade do perdão é humano e rezar para o oponente um gesto de compaixão. Em relação ao ritual africano, reside minha principal questão com o perdão – o reconhecimento do erro. Quando isso ocorre, para mim, o perdão é instantâneo. De que vale perdoar alguém que não quer ter consciência do que fez e vai continuar repetindo o mesmo padrão?

Enfim, vou continuar refletindo sobre o perdão em 2018. Acho que esse é o caminho para conviver com a dualidade dessa época tão conturbada dos inícios do terceiro milênio.  Que a força esteja conosco, guerreiros das estrelas!


Feliz 2018!

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