O que dizer do ano que está
terminando? 365 dias de grandes aprendizados. Na política, na economia, na
vida, na espiritualidade. Difícil! Muitas revelações, rompimentos, mudanças.
Grandes tentativas de manutenção do status
quo, embora tudo esteja desmoronando aos nossos olhos. Na Bíblia está
escrito que é preciso separar o joio do trigo. Acho que já começamos. Os véus
caem e todos nos olhamos como somos verdadeiramente. Isto causa separações
entre partidários políticos, religiosos, entre amigos e nas famílias – este, o
núcleo mais doloroso dos rompimentos.
Ao longo do ano, em meu
consultório holístico, através das consultas de mapas e tarôs, pude constatar a
enorme desagregação familiar e o espanto das pessoas com novas e inesperadas
situações. Urano e Saturno em suas posições astrológicas atuais são os grandes
responsáveis por puxar os véus e mostrar as diferenças, mentiras, fingimentos e
falsidades que nos cercam. Já sabíamos de tudo isso, mas não queríamos ver.
Porém, agora não dá mais tempo para concessões. Enxergamos, ou enxergamos. Não
há o caminho do meio. E Xangô – o orixá da justiça – está aí regendo o ano.
A palavra mais importante do ano,
diante de todas essas cisões, foi perdão. O que é perdoar? Estamos preparados
para isso? Li muito a respeito. Consultei várias fontes espirituais e encontrei
duas vivências que mais se aproximam do que penso. A primeira foi em um
episódio da segunda temporada do excelente seriado The Crown. A segunda num
post do facebook.
No seriado, diante do
impasse de ter de perdoar o tio – Rei Eduardo VIII que renunciara ao poder para
casar com Wallis Simpson – a rainha Elizabeth II consulta o reverendo Bill Graham
sobre o perdão. Ele responde que o perdão é uma exigência de Deus para os
cristãos. Todos que seguem a Bíblia têm que praticá-lo. Ela insiste perguntando
se isso não for possível, o que fazer? E o pastor diz: “Se não pudermos
perdoar, pedimos perdão a Deus por esta falha. Em seguida devemos rezar por
nossos ofensores”.
No Facebook conheci a
tradição de um povo africano que diante dos erros de cada um de seus indivíduos
se reúne em torno da pessoa e mostra suas melhores qualidades. Isso faz com que
a pessoa se reconheça como boa e se reconecte com sua essência. A comunidade
enxerga os erros como um grito de socorro. O esforço é fazer com que ele se
reconecte com sua essência. Quando ele diz “ Eu sou bom” que corresponde a Sawabona – Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante para
mim” – a tribo responde Shikoba –
Então eu existo para você.
No primeiro caso, reconhecer a
impossibilidade do perdão é humano e rezar para o oponente um gesto de
compaixão. Em relação ao ritual africano, reside minha principal questão com o
perdão – o reconhecimento do erro. Quando isso ocorre, para mim, o perdão é
instantâneo. De que vale perdoar alguém que não quer ter consciência do que fez
e vai continuar repetindo o mesmo padrão?
Enfim, vou continuar refletindo
sobre o perdão em 2018. Acho que esse é o caminho para conviver com a dualidade
dessa época tão conturbada dos inícios do terceiro milênio. Que a força
esteja conosco, guerreiros das estrelas!
Feliz 2018!
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